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Queria ser apenas um traço, um risco sobre o deslize, um marco no papel ou no céu, mas ser uma linha indiscutível, que sequer visível se torna, como os traços suaves da boca, que a contorna, mas que envolve, outra semelhante boca em si, ao que temos de chamar de beijo, cujos traços se misturam, pelas linhas tortas descompassadas, queria ser apenas um traço, que perpetua no teu rastro confuso, seguindo teus pontos obscuros, delineando uma imagem difusa, mas que possuo a insensatez, em arriscar minha lucidez...
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Dizem que devemos ser ativos, que devemos ser extrovertidos, como os eventos de nossa vida, que são algumas vezes normais, outras vezes tão estranhos, e outras vezes então, não dá, mas temos de ser deslumbrantes, fecundamente incansáveis, como gotas de realidade, na chuva da precariedade, dos sentimentos humanos, regando uma inexistência, de desejos puramente viris, morder a carne de quem ama...
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Vivo a cada instante retoricamente, como pouco se aventuram a viver, pois esquecem que a dialética, conduz ao derradeiro dilema, que a estética tenta impingir, motivando ao preconceito do belo, que se destitui em ótica, pois poucos têm o dom de ver, aquilo que está por detrás, o que realmente existe em si, dentro de cada um vivente, o belo é o feio de cada um...
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Dizem que somos humanos, mas que diferença nós temos, dos animais ditos irracionais, ser humano é não ser fiel, ser humano é matar por prazer, ser humano é pisar no outro, ser humano é corromper, ser humano é ser insensível, creio que temos muitos a aprender, principalmente com os animais, porque eles são fieis, porque matam para sobreviver, porque desconhecem corrupção, será que evoluiremos até eles...
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Que o conceito de vida, não esteja forjado pelo preconceito, pois a constante serenidade, da hipocrisia redundante, demonstra-nos a crueldade, daqueles que tecem a morte, como premissa de suas agruras, como a futilidade da tortura, mas quem é o torturador, quem é o algoz que mutila, é o ser desprovido de amor, que sustenta em si à amargura, perpetua a solidão no espelho, que traduz em si o desprezo, mas que um dia deseja ser, a sincera imperfeição da paixão...
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Tranquei os momentos de loucura, soterrados na difusa sanidade, que teus desabafos me levaram, em que alucinados se retorciam, ferozes algozes se desfaziam, glamourosamente levianos, como ritos práxis freudianos, analisando o que psicanalisei, sem fronteiras de ilusões, como somente um poderia, há muito ter sido concreto, mas foi tão cético e discreto, que se fez de fato e verdadeiro, um equilibrado psicopata da paixão...
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Doces são os desejos meus, que guarda para lhe dar, sem prerrogativas de volta, mas com sorrisos nos poros, tens a mortalidade do prazer, que a cada intensa vitalidade, afoga os segundos impróprios, mas tens a delicadeza do toque, que aquece o ser em sintonia, vibrando aos tons pastéis, na pintura íntima do tesão, como viventes atrozes, vorazes em comunhão...
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A cada momento incerto, te procuro no concreto, pelas minhas futilidades, achando-a nas capacidades, de que somente uma mulher, sem prelo e sem pressa, garantiria a me satisfazer, soberanamente no que resta, sobretudo nos carinhos, adicionados pela ternura, como simplesmente te vejo, nos olhos a tua candura, onipresente sedução que és, pois mulher és inviolável, mesmo sendo tão amável...
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Se fosse apenas um olhar, sincero como um sorriso, aberto como o desejo, teria em mim a tua sede, disposta a saciar, como que gota se faz, na torrente de amor, mas tua sede seria, antes de qualquer coisa, a empatia de nossas vidas, como a cama a ser dormida, como o beijo sempre dado, como o carinho e ternura, nunca mais esquecidos, em todos os dias, por todos os dias...
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Ao cair da tarde, com o frio chegando, cada vez mais forte, cada vez mais intenso, fico pensando em você, nas carícias trocadas, nos beijos selados, nos abraços tórridos, nas mãos entrelaçadas, nos olhares cruzados, na sedução desejada, na vontade amputada, extirpando de mim, o amor que doentio, que fecunda minha alma, como presa no cio...
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Guardo os beijos não dados, para quem se faça presente, diante de mim para resgatá-los, alguém que seja muito especial, pois meus beijos transcendem, são capazes de dopar pela paixão, mas acariciando de perto a emoção, com a ternura de todo o coração, pois sei que és especial, pelo teu desejo maior de ser, as certezas que o tempo julga, impropriamente desconsidero, que temos estrelas no olhar, e arco-íris nos lábios...
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Ser um pingo neste desejo, imensidão deste mar sem fim, que é o mais doce arpejo, em sintonia com teus beijos, ardentes rompantes labiais, que me seduzem vibramente, como a tórrida loucura, de conquistar mundos distantes, mas tenho teu encontro em mim, como estrada única e certa, de que posso ser teu universo, pelo teu sorriso detonador, pelos teus olhos marcantes, pela tua sincera cumplicidade, diante dos desejos expostos, postos sobre nossas vidas...
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A cada momento intenso, que tenho em tua ausência, quero-te em mim, como se nada fosse, mas que tudo me completasse, sem medos ou receios, mas com carinhos e ternuras, porque em você me realizo, como um ser vivente, como um grande homem, que somente uma mulher, pode fazer rebrotar das emoções, intensamente é minha redenção...
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Acontece uma festinha em mim, como tantas que já aconteceram, mas esta é muito mais especial, ela é feita com sabores de beijos, entalhados nas vontades dos desejos, enfeitada plenamente em ternura, como havia nos tempos de candura, não há deslumbres sem carinhos, como muito não se percebia em mim, uma festinha para te receber, como mulher dentro de mim, meu corpo é alegria te vendo, sorrindo eternamente nos teus lábios, mas o que me consola, é poder me dar a você, como há muito não fazia...
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Tem um sentido não exato, que quando penso e reflito, não sei como compreendo, talvez nem compreenda mesmo, mas o que devo compreender, se sequer entendo você, sei que me desejas, mas meu desejo é torturante, fica martelando minha vontade, tira minha sanidade, impede que fique na realidade, pois sonho com tua boca, teus lábios nos meus, como força de um no outro, como colher os frutos plantados, da sementinha amor...
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São de momentos desfeitos, ao acaso de nossas vidas, que encontramos respeito, na dignidade da cumplicidade, onde nossos atos expostos, sejam repostos em feridas, não tão abertas como antes, mas apenas lembrando a chaga, que foi feita a tanto, sem perder a maturidade, concedida pela uterinidade, no parto de sabedoria, resultado da tua sangria, desatada em nós de valia, como paixão cega e culpada, pela amabilidade de ser...
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Ao teu invento de mulher, reciclo-me em homem, para te ser verdadeiro, como poucos o são, assumo minha feminilidade, como razão em compreendê-la, para não ser apenas mais um, macho itinerante na vida, quero ser teu homem, completo e pleno, assumo minha ternura, na forma exata da criança, para ser teu sem medo, abro-me por inteiro, desvendando meu ser, para ser teu e te merecer...
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São das razões que me desfaço, para compreender as motivações, as leviandades que me declaro, inúteis como palavras soltas, mas com conteúdos fecundos, para na reciprocidade dopar, como o caminho mais obscuro, que trago em mim tua essência, acordada de um sonho amanhecido, desejante de ternura e carinho, entrego-me honestamente, a teus subterfúgios constantes, dos quais os beijos me elevam...
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Certo dia, desconsolado, rompi barreiras, que destoavam de minha fortaleza incólume, lugar seguro e intransponível que te guardei, para que algozes vorazes não te almejassem, na certeza de que teus belos lábios cederiam, à ternura de minhas preces por um beijo teu, sorrateiramente te sugestionei a se doar, nas intempéries deliciosas de teu corpo, onde redescubro a geografia humana, nos lugares mais inóspitos dantes eram, que agora me recebem triunfalmente, sei que estou a delirar por teus carinhos, mas como posso eu ser falível a eles, mesmo no pior momento de minha serenidade, que há muito perdi por ti...
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Conquistar a mulher é fácil, basta-nos ser agradáveis, seduzirmos com palavras e ações, muitas vezes ser carinhoso, ser romântico revelado, mas o difícil é manter, manter o relacionamento, porque muitas vezes não nos mostramos, com a sinceridade devida, de que não devemos ser predadores, que na conquista tudo faz, mas na manutenção tudo ignora, porque somos hipócritas demais, para assumirmos nossas mentiras, doando-nos ao outro por inteiro...
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Sou a parte inacabada tua, como a bênção tirada a fórceps, arrancada com furor de paixão, para complementar a angústia, que corre desvairada por dentro, como a soma de nossas subtrações, onde a cada avanço retrocedemos, não por intenção compulsiva, mas por não termos serenidade, somos apenas consoles incluso, numa extrema inconsistência, pois nada mais intrigante, que o amor em decomposição, redimindo na alma a vil intenção, de brotar comodamente no coração, daqueles que amam de paixão...
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Na tua ausência de mim, faço as malas da tristeza, para que nunca sintas, o sabor amargo dela, mas se eu te quero, como há muito te falo, não por vaidade, mas por cumplicidade, sei que tantos se fazem, presentes ou pretendentes, mas poucos devem lhe trazer, a honesta intenção da relação, em que se comprometem a ser, mais do que um apenas, mas a somatória de dois, com a tua modesta presença, nesta itinerante ausência, quero apenas uma coisa, que em mim perpetue, tua ardorosa paixão...
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A cada dia penso na vida, como se fosse um artista, pintando as cenas expostas, com pincéis e tintas, ou com lápis de cera, talvez entalhando, mas tenho certeza, que exculpo tua presença, não pelo simples desejo, mas pelo imenso prazer, em poder te apurar em forma, conteúdo e cumplicidade, sob os traços meus, arrumados desordenadamente, na superfície qualquer, mas forjada à intensidade, dentro de mim...
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Começo por mim a estrada, seguindo por dentre ilusões, há tanto enterradas, não vista por ninguém, pois me faço sombra e escuridão, desviando de meus rastros, como a caça que se aterroriza, pela eminência de ser pega, como é o ser humano na paixão, tenta por todas as formas fugir, sempre consciente que foi pego, mas descobre sua relutância, em ser paixão para alguém, juntar as paixões numa só, transformando-as em amor...
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