Gil Marcos Cordeiro Veiga
Poesias, poemas e outros escritos
Não tinha tanta certeza,
também não tinha dúvida,
mas não sei bem o que tinha,
se era uma visão estranha,
ou estranha estava minha lucidez,
os caminhos traçados são tortos,
como aquele que se endireita,
pela curva de águas turvas,
levianamente percorrido,
que se deleita no leito do rio,
são curvas tenras e ternas,
a descoberta sob o véu tirado,
da mulher que se escondia,
como a quem foge de si,
mas não era tanto uma mulher,
era o corpo e todo o mais,
mas para mim era apenas,
meu adorável anjo torto...
Doce são os beijos dados,
os tanto desejados e queridos,
os beijos sutis e viris,
de quem sabe a razão de amar,
são de poucos os momentos,
incertos e verdadeiros,
mas os beijos são lembranças,
que semeiam a vitalidade,
fortalecem os laços resgatados,
identificam a cumplicidade,
os beijos são essências de prazer,
traduzem a riqueza de cada alma,
selam a harmonia conquistada,
avançam em sintonia com o amor,
o beijo é tudo de bom,
melhor se ele for a dois,
melhor se for em comunhão,
melhor se for com muito tesão...
Sei que não tenho tanto,
mas mereço um pouco,
pelo menos de sua atenção,
como a quem tem luz no olhar,
procurando o fim do labirinto,
de curvas e desejos viris,
chamado deliciosamente mulher,
ser não basta tem de ter,
ter postura como a altivez,
ter beleza como a sensatez,
mas deve ser mulher acima,
de qualquer suspeita ou diferença,
não pelo sexo que a aflora,
mas pelo jeito que olha,
mulher é inconfundível,
mas confunde qualquer homem,
mulher é o melhor quebra-cabeça,
quando pensamos ter terminado,
inicia-se sozinho tudo de novo,
como se nunca terminasse,
mulher é muito do que há de bom,
mas como os homens,
existem mulheres e mulheres,
e viva a dualidade humana,
que nos propicia sabores vários,
de mulheres e homens,
que se entendam prazerosamente...
quanto mais me pergunto o que
procuro, descubro que minha busca
não é em vão, mas também
descubro que não estou à busca de
nada, mas apenas desejo
encontrar...
A mulher que me enlouquece,
é a mesma que me envaidece,
é um ser que perpetua leveza,
diante de tanta beleza,
mas a mulher para ser bela,
necessita ser cúmplice,
de sua própria cumplicidade,
em que a beleza externa,
não poliminize a interna,
mulher que é mulher,
sabe que os desejos vão,
com a mesma intensidade que vem,
com a diferença de quem sabe,
cultivar flores sobre pedra,
arar campos maltratados,
semear prosperidade no lodo,
a mulher que é mulher almeja,
que a cada homem amado,
seja o mesmo que se deseja,
intercalado em seus mistérios,
para que não saiba ao certo,
onde irá comungar de prazer...
Se existem distâncias,
existem conquistas,
uma delas é superar distâncias,
como a quem supera dificuldades,
que não se apresentam fáceis,
mas não há distância verdadeira,
o que encontramos são caminhos,
todos a serem percorridos,
as dificuldades nós criamos,
pois quando se deseja algo,
o impossível não existe,
ainda mais para ver a mulher,
a quem deseja ser amada,
onde nossos lábios deitaram,
sobre a imensidão do prazer,
como a quem descobre a ternura,
pelo olhar e sorriso franco,
distância são apenas conceitos,
que se mudam com os tempos...
Quero um conceito maior,
de que a felicidade se faz,
independente de ter feito,
algo que nunca se fez,
como um sorriso ao léu,
um beijo na tempestade,
uma carícia na maresia,
quero um conceito maior,
de pessoas e sentimentos,
onde todos sejam frutos,
plantados nos corpos nus,
como desejos variados,
de quem quer ser total,
mas tem mede de entregar-se,
quero um conceito maior,
para a paixão que sinto,
dos desejos que tenho,
dos amores que almejo,
dos beijos a serem dados,
dos abraços afagados,
quero um conceito maior,
de meus sentimentos,
pela mulher a ser amada...
O acaso do destino me destina,
a ter um caso com teu destino,
onde nos casamos no acaso,
mesmo que o acaso nos case,
por acaso de um caso que case,
mas por este nosso caso,
que procuramos no acaso,
te quero em casa sem descaso,
em minha cama se for o caso,
como a quem tem quando casa,
mas quer que tudo seja um caso,
como o descaso já feito,
de quem fica quando casa,
mas te quero em minha casa,
sem que tenha outro caso,
mas que o nosso caso,
seja muito mais que o acaso...
Ter a sensibilidade de ser,
alguém tão especial para o outro,
sem se importar com os medos,
valorizando cada descoberta,
cultivando a forma imperfeita,
que a paixão nos alimenta,
desejando ser um risco no olhar,
para que possamos nos beijar,
ardorosamente a cada abraço,
sermos todo o passo e compasso,
desta dança louca e deliciosa,
que muitos temem dançar,
uma dança que se faz de carinhos,
a cada ternura e cumplicidade,
que muitas vezes não há som,
que o silêncio é melhor,
uma dança que de muitas transas,
uma dança chamada amor...
Infinitamente somos crianças,
em essência e na tolerância,
mas temos o compromisso exato,
de quem procura neste ato,
um momento de ternura farta,
cúmplice de serenidade vital,
como a quem procura a eternidade,
seja nos sonhos há tanto sonhado,
ou como a quem ama o seu amor,
ao homem que se revela meigo,
para deleitar carinhos à mulher,
ou a mulher que se explode,
nos desejos verdadeiros ao
homem,
a vitalidade em poder ser paixão,
como dois que buscam
incansavelmente,
a única razão de suas existências,
perpetuar o amor sem restrições,
como quem sabe amar a quem nos
ama...
Cada vez que salto ao futuro,
encontro a tua singela presença,
que me acolhe com ternura,
afagando minha pesada tristeza,
pois é a alegria de minha vida,
te encontro em mim plena
felicidade,
sabendo te compreender na
maturidade,
de meus atos levemente infantis,
resgatando dentro de nosso ser,
a pujança de toda a inocência,
deixando aos céticos e incapazes,
a retórica da paixão instigante,
tenho a tua cor em meu céu,
como a quem planta um sonho,
te vejo como minhas estrelas,
iluminando o amor de minha vida,
pois sei que tem a luz própria,
como a mulher que desejo amar...
Prometa para mim indefinidamente,
que irá me amar infinitamente,
como se a vida minha tua fosse,
sem reservas ou desconversas,
pois somente ama alguém que se
doa,
inteiramente e completamente,
agarro em tua leveza e ternura,
para sustentar toda minha paixão,
seco meus desejos em tua boca,
acariciando docemente teu rosto,
cultivando teus contornos em
minhas mãos,
como a quem cultiva um segredo,
sussurro mansamente em teu
ouvido,
palavras ditas com carinho,
pois sei que é a mulher pedida,
pelos meus desejos e querida,
sendo a mulher pra sempre amada...
Na cor de teus olhos,
compreendo o sentido da vida,
como o ritmo das marés,
ou na dança singela dos golfinhos,
no teu sorriso cristalino,
ofuscante na sua expressão,
retalhos de fecunda emoção,
na pele macia e cheirosa,
que a minha toca e deita,
entrego segredos ao deleite,
nos lábios dispostos e presentes,
que toco com os meus docemente,
descubro o prazer do beijo,
nos cabelos sedosos e vivos,
transbordando sensualidade,
minhas mãos ficam em casualidade,
nos teus ouvidos atentos,
sussurro desejos mordiscando-os,
para no arrepio te sentir,
mas é no encanto de tua presença,
que minha vida constrói motivos,
de minha humilde existência...
São destes momentos doces,
que a amargura se desfaz,
momentos que nos deitamos,
na ternura de nossos beijos,
como a quem conquista carinhos,
diante da mulher que ama,
nem todo momento é de dor,
ou de falta de amor,
mas é quando nos descobrimos,
quando nos entregamos de fato,
inteiramente neste ato,
nem sempre lúcidos,
mas totalmente sóbrios,
quero de tua boca o beijo,
de teu corpo a maturidade,
plantada no prazer do amor,
para depois do momento,
ver teu sorriso me iluminar...
Partilho contigo o que tenho,
de mais relevante e sincero,
minha verdadeira alma poeta,
que te revela como concreta,
mas na prática é delirante,
como a paixão que se permeia,
pela pele de quem se deixa,
por uns instantes se levar,
de mim posso apenas te dar,
minha essência descalibrada,
pela tormenta que a vida trata,
os que tentam ser livres,
pois a liberdade é conceito,
que temos de compartilhar,
pois somente é livre aquele,
que descobre como amar...
Como posso simplesmente ser,
alguém que não te alcança,
por ser incapaz de alçar vôo,
na minha derradeira tristeza,
em que minhas asas se foram,
arrancadas pela solidão,
que me invadiu por inteiro,
expropriando de mim o amor,
com quem arranca o coração,
sem piedade ou remorso,
mas te vejo sempre linda,
porém inaccessível,
pois és um anjo torto,
com asas serenas e firmes,
a incomodar meu sossego,
de mortal apaixonado,
vem me dar um pouco,
de tua paz e conforto,
meu adorável anjo torto...
Tens a candura de quem faz,
do desejo sentença de lei,
e condena a quem não cumpre,
pois és sábia no prazer,
como toda mulher presente,
até aquelas que pressentem,
que os homens se ressentem,
de dons especiais para amar,
muitos não se compreendem,
outros se desesperam por
entender,
todo homem deseja uma mulher,
mas nem toda mulher é passível,
o mais agradável da mulher,
é descobri-la desnudando sua alma,
com a serenidade e toda a calma,
que somente quem se entrega,
descobre que toda mulher quer,
apaixonadamente ser amada...
Agora nesta tênue sedução,
onde as mãos se alinham,
descobrindo pedacinhos,
de sabores bem diversos,
como a quem se revela,
por se dar imensamente,
sem rédeas ou pudor,
alinhar todos os desejos,
num único gesto de paixão,
sendo o culto predestinado,
dos seguidores do amor,
dos adoradores do prazer,
que na serenidade faz,
estremecer as razões,
motivadas impulsivamente,
pelos toques e sensações,
agora que teu me entrego,
descubro a vitalidade,
da mulher que espero,
há tanto amada se fazer...
Ser um pouco do que sou,
apenas para ser o que sou,
como a quem desejamos ser,
não tão distante de sermos,
alguém especial para ser,
indiscutivelmente ser,
a todo custo para ser,
um pouco mais no ser,
pois saber ser o que sou,
restou apenas uma esperança em
ser,
a ausência da criança que sou,
pela beleza de viver teu ser,
antes de me iludir em ser,
alguém especial que tenho de ser,
como a paixão pelo que há de ser,
dentro de cada um que somos,
perdidamente um pouco de ser,
alinhados pelo prazer em ser,
especialmente o que somos,
uma vida cheia para ser,
infalível como devemos ser...
Ao te beijar descubro,
a intensa maturidade,
que me acolhe no abraço,
no afago de teus lábios,
no calor de teu corpo,
ao te tocar me sinto,
pleno de vôo alçado,
mais que um pássaro,
talvez nas tuas asas,
nas asas de um anjo,
sob o céu enluarado,
sobre a terra orvalhada,
teu corpo feito arado,
que semeia a cumplicidade,
de um momento de vitalidade,
que amantes se renovam,
onde dois corpos planam,
na meticulosa sedução,
envoltos no ardor do prazer,
devotos sedentos de amor,
quero ser teu por inteiro,
sem perder rumo nem devaneio...
Mulher que se torna água,
que sacia minha sede de desejos,
que refresca minha carência,
onde mergulho minha paixão,
banho-me por completo prazer,
mulher que se torna terra,
que se deixa arar com ternura,
semeando o corpo com candura,
cultivando toda a cumplicidade,
gerando frutos emancipados,
mulher que se torna fogo,
incendiando com muito tesão,
queimando a vil tristeza,
deixando em cinzas a frieza,
que fora posta sem destreza,
mulher que se torna ar,
como leve voa para amar,
sem se dispor de asas,
tornando-se anjo sedutor,
para ao mortal homem,
valorizá-la dignamente...
Quando aprendi a somar,
descobri as doces paixões,
somando-as uma a uma,
para compor ao amor,
depois aprendi a subtrair,
retirava as angústias,
eliminando uma a uma,
para inteirar ao amor,
depois aprendi a multiplicar,
acrescia os desejos,
semeados um a um,
para se dobrar ao amor,
depois aprendi a dividir,
repartindo os beijos,
tocados um a um,
para se dar ao amor,
nestes cálculos estranhos,
descobri que sei calcular,
todas as formas de se amar,
mas todo o resultado esperado,
tem somente lógica se for,
para a mulher amada...
Comprometo meu
comprometimento,
como ao que tudo faço desfazendo,
principalmente os largos desgostos,
as tristezas e desconfortos,
abandono todas as temíveis
angústias,
as desprezo como foram
desprezíveis,
somente procuro alcançar por certo,
os sonhos que tento tanto e me
cerco,
das condições que desejo cultivar,
como o amor que tento muito
plantar,
feito semeadura fecunda e sincera,
nos campos há que tanto cultivei,
como o beijo fadado a ser dado,
nos lábios adocicados da mulher,
nas mãos dadas e carinhadas,
que elevam o prazer em ser amado,
dos toques suaves e delicados,
na face serena da mulher amada,
comprometo minha displicência,
para com o tempo forjado e cruel,
em somente ser teu plenamente,
colhendo os sabores de teus
gostos,
como a quem eternaliza a
felicidade...
temos algo em comum, à vontade
em não ficar só, mas acima de tudo,
temos a convicção em sermos
suficientemente capazes em
relacionar...


Original de
Gil Marcos Cordeiro Veiga
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Minhas Verdades Dois
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