Baila, Neste ritmo, Sentido informal, De formas casual, Veste esta dança, Que não te lança, Nem te cansa, Apenas alcança, Teu gesto audaz, De época sagaz, Em que apenas era, Parte da espera, Da mulher, Que se construía, De forma sincera, Na ingenuidade, Da quimera...
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Neste lago danço, sem cisnes, me afogando...
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Servilha, Mulher espanhola, Flamenga, No despenca, Pela tua ausência, Fases, Audazes, Passos leves, Aguerridos, Fortes e firmes, É assim, Servilha a mim, Tua dança, Sem fim...
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Neste palco danço, para quem não vê, apenas o que danço...
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Mulher, De asas mordazes, Desnuda resplende, Recria a dança, Esperança, Choca-se, Na fúria dos passos, Laços virtuosos, Escalados, Nas pontas dos pés, Altiva, Voraz, Bailarina, Menina, Mulher...
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Um ato insólito, dançar, Este traço riscado, no ar, Como a quem sabe, amar, Leveza vibrante, amante, Dança, semente de sonhos, Um vôo, de pernas aladas, Uma pintura, de cores inexatas, Escultura, de forma impura, Bailarina, menina purpurina...
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Leveza da deusa, dança de ninfa, mulher na essência...
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Trouxe um néctar, não era vinho, é dança testemunhal...
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Um gesto simples, Uma direção em linha torta, Um ser verticalizado no horizonte, Distante de conceitos, Eliminando preconceitos, Ofertando uma dádiva, Da criação constante, Como a dança em sua expressão, Mais nítida no inconformismo, Rebelde por natureza, Uma mulher, Uma época, Uma verdade, A dança dançando na história, Isadora abortou conceitos, Gerou revelações, Inovou verdades, Um torpe passo, Um gesto simples...
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Simplesmente, Exuberante, Isadora reviveu, As situações de época, Da dança fez espaço, Como um rastro, Um traço sobre o ar, Um gesto sentido, Vivido com intensidade, Compondo com vitalidade, A inconformidade, Recriando a sensibilidade, Como um sonho breve, Que sustenta, Na leveza do ar, As formas sutis, Da mulher que viveu, Na dança a vida, E soube ser, Uma deusa real...
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São nas pequenas coisas que cultivamos nossa sensibilidade e a razão nos considerarmos um pouco mais humanos que os demais, na alegria das crianças, na justaposição em acreditarmos em nossa capacidade em modificar o que está intitulado como derradeiro, verdadeiro, a verdade é o consenso, entre os que a buscam...
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A cada momento vencido, acredito que tua sutileza fica mais vibrante, como te quero ser em tua essência, cultivando a inocência que acredito amanhecer, pois dormir em tua alma me faz teu plenamente...
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Sempre que te procuro em mim, te encontro sorrindo, mas que tens a serenidade de existir, o que posso fazer senão te amar cada vez mais e mais e mais...
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Te admiro como mulher, como ser capaz de realizar um sonho, um ser tão marcante que me detona a cada instante, porque tens o dom de renascer, te admiro por derrubar os muros de minha vida...
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Ao sorriso tênue, Maravilhado, Dispensa comentários, Perfeito inalterado, Doce imaculado, Pena que alterado, Pelo ato desacertado, Inútil vitalizado, Na hipérbole zerada, Contagiada pela soma, De simplesmente ser, Um sorriso tênue, Maravilhado...
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De um ser belo, Recobro incerto, Mulher da mulher...
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Vestes para mim teu véu, Simplesmente nua venha, Como a quem se devota, Intensa e segura presença, No meu corpo e alma, Casando ao tempo certo, Pela mortalha inacabada, De quem se dedica sempre, Nos caminhos que atua, Mesmo que nua se virtua, Tecendo ao vento as vestes, De quem faz do ar fios, Que nada produz em tecido, Pois a pele é tua cobertura, Pura e verdadeira, Vestes para mim, Tua alma para me encontrar...
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Se um dia saíres de mim, Como da cama saiu, Em direção à porta, Em direção à liberdade, Te recolho na semente, Que plantaste em mim, Cujo feto em rima se cria, Como teu homem fui, Assumindo minha mulher, Para te completar em desejos, Te fazer por inteira mulher, No mais rico segredo, Não te conquistar como terras, Não te aprisionar como pássaro, Não te atordoar como torturador, Mas te cativar como livre que és...
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A tua alcova retida na ferida, reveste o manto que te emana, na imprópria condição de ser, alguém além de ti mesma, alguém que ouse se mais, alguém de virtudes extremas, ao devaneio que te sustenta, na encarta marcada da libido, funde na sede a tua fome, como a quem procura e some, diante das complexidades, no teu dorso imantado, percorro minha língua, para ter tua imagem em minha alma, e teu sabor que nunca finda...
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Não há traço que se faço rastro, Em teu corpo marcado pela forma, Mesmo informal e inexata, Que não pertença a tua saga, Mas que te cobram a chaga, Que se prega na culpa dada, Pela mulher não olhada, Se faz monumento esculpida, Para os olhos dos homens, Que tantas mulheres te invejam, Mas te pergunta a valia, Se de tantas penas o sofrimento, Relutante não aprecia, Mas conforma-se na rebeldia, Em ser mulher defendida, Na praga padronizada, De uma sociedade desmoralizada, Reconforta apenas o colo, Do homem que não a vê, Que tem a cumplicidade, Plena em apenas te sentir...
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Mulher que te esperta, fugaz se revela certa, há de teu corpo viril, sucumbir aos desejos, de quem muito te serviu, suplicando beijos ardentes, dando abraços feridos, não te vejo caliente, pois é chama apagada, onde teu fogo sucumbe, aos anseios de teus seios, lânguidos de sabores, mas te culpa em receios, dos medos que te sustenta, busca na tua alma a certeza, da delicadeza de ser mulher, mas da ferocidade em si, como toda mulher centrada, desacata a megera, que te ancora para surtar, mulher demais em si, louca desatina em mim...
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Não te culpe nunca mulher, Em apenas ser mulher, Te culpe pela mulher que não és...
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Sereia de ti mulher, sem rabo, Seria de mim fêmea, rabo, Lisonja, me afundo nas tuas curvas...
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Te vejo pelas costas, Te admiro muito, Te desejo demais, És tentação ilibada, És forma cultuada, Como é desejo, Teu corpo certo, Teus contornos, Como faz homem suspirar, Olho teu ser e me excito, Te admiro, Me corrompo, Então descubro, Que de tão mulher que és, Não passa desapercebida, Pelo belo travesti, Que monta o imaginário, Deste pobre inocente, Porém desprezível homem...
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